Movimento Feminino de Capoeira no Sul da Bahia é exemplo de
expressão e resistência da cultura popular
Praticada
por muitos e ainda discriminada por alguns, a capoeira integra o patrimônio
cultural brasileiro e, principalmente, baiano. A participação das mulheres nas
rodas de capoeira, um dia, já foi tímida. Mas atualmente capoeiristas mulheres,
de alguns grupos de Ilhéus e região, tomaram a iniciativa de formar o movimento
feminino, dando vida ao “Levanta a Saia La Vem a Maré”, no final do ano
passado, como meio de reunir as mulheres praticantes da capoeira e fomentar a
arte.
Na
Praça do Teatro Municipal, lá estavam elas reunidas, tocando berimbau, atabaque
e pandeiro, dentro de uma bonita roda de capoeira regional, animadas entoavam
as ladainhas, entre elas, as que rememoram o passado da resistência africana à
escravidão. Com muita ginga no pé e samba de roda, o 1º Encontro do Movimento
Feminino de Capoeira foi realizado em 20 de novembro de 2011. Dia que marca a
Consciência Negra e representa a morte e resistência de Zumbi dos Palmares,
líder quilombola que teve a cabeça cortada e exposta em Recife, no ano de 1695.
Esta
é uma legítima manifestação cultural, com mais de trinta integrantes que
acontece todo mês, e que já se expandiu de Ilhéus para municípios como Itabuna
e Uruçuca, tendo encontros já realizados no presente ano. “Criamos o movimento
para que a capoeira possa ser conhecida por mais mulheres, visando o estímulo
da sua prática, conhecimento e valorização dessa cultura, que é raiz de nossas
origens”, explica uma das representantes do movimento, a Contra Mestre de
Capoeira do Grupo Nação Zumbi, Vânia Coruja.
O
movimento tem se organizado e se fortalecido cada vez mais. Esse é um bom
exemplo para demonstrar de como elas tem ocupado os espaços na sociedade e
manifestado o legado da cultura pela mulher como agente social de
transformação. Levanta a saia, lá vem a maré!
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