quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dos primórdios aos dias atuais, a história da e-music


Dos inventos insrumentais primitivos, a música eletrônica pôde ser pensada e, na era digital e da informação, se desenvolveu como um fenômeno sem fronteiras.

Por Anna Karenina

A partir da década de 80, a música eletrônica, ou e-music, muito se difundiu e popularizou no mundo. Antes que o fenômeno pudesse chegar às pistas de dança, e se tornar estudo e conteúdo de muitos produtores musicais, a “Electronische Musik” percorreu um longo percurso. Foi quando o então vendedor de livros, bibliotecário e impressor francês, Leon Scott, foi o pioneiro a inventar o esboço do fonógrafo, o mais antigo dispositivo de gravação de som que se tem notícia, em 1857. Scott nunca poderia imaginar que suas primeiras impressões de som em cilindros revestidos de carbono, pudessem desencadear o primeiro passo para a formação da música eletrônica.
Toda música criada por meio de aparelhos e instrumentos eletrônicos é considerada eletrônica, que pode ser modificada por equipamentos, sintetizadores, gravadores digitais, computadores e softweres de composição. Da música erudita à elemento de cultura popular, a e-music teve relação com o rock e o jazz até que se diferisse como gênero musical independente, de variadas ramificações e estilos.
Só foi após a Segunda Guerra Mundial e o desenvolvimento tecnológico e das comunicações, que o gênero tomou forma e princípios, através das invenções e experimentos de aparelhos e dos estudos de franceses, pioneiros a fazer mixagens, na chamada “música concreta”. Que parte da gravação e transformação em estúdio de objetos sonoros (do ambiente e instrumentos musicais) sem a utilização de instrumentos eletrônicos. Somente em conjunto com os estudos alemães, numa estrutura mais universal, que foram permitidas as experiências musicais de som eletrônico. Aqui se desenha o então nascimento, em 1966, da e-music.
Desde 1950 que os estudos sobre o gênero se expandiram, também em países como o Japão, Suíça, Itália e Polônia, no tempo em que a era dos sintetizadores deslanchava. Com a difusão, a cultura popular adotou a ideia, sendo a e-music tema no seriado televisivo Doctor Who em 1963, assim como diversos artistas, grupos e rádios utilizaram o som dos sintetizadores, como em bandas, os Beatles, The Silver Apples e Pink Floyd, por exemplo.
Em seguida, na década de 70, a banda alemã Kraftwerk, (em alemão, usina de energia), revolucionaram o estilo com a música techno totalmente produzida por sintetizadores. Fundada por Florian Schneider e Ralf Hunter, a Krafwerk favoreceu a expansão da e-music, sendo os principais precursores do estilo techno, eletro e a dance music em geral. Eles usaram a eletrônica e a robótica como forma de simbolizar a alienação do mundo acerca da tecnologia, além de outras letras revelarem a celebração e alertas sobre o mundo moderno. Em 72, vários pianistas de Jazz, como Herbie Hancock e Chick Corea, usaram os sintetizadores em gravações de jazz fusion. A música disco ganhou destaque, com auge entre 77 e 79, assim como a música dançante se firmou em 80, com ramificações como o trance, o techno e o house.
A partir dessa época, com os computadores pessoais e samplers, que a música eletrônica passou a ser bastante produzida. Tecnologias como o MIDI, um protocolo de comunicação musical, contribuiu e muito para a composição da música industrial, que vários grupos começaram a fazer. Nesse contexto, a cultura das raves se desenvolveu e os DJS começaram a produzir e reproduzir som.
Linhagem do Detroit e o eletro, uma forma de hip hop, surgiu, mas a grande influência de novos estilos como o house, ascenderam a partir do ano 2000, sobrepondo-se sobre os demais por sua aceitação mercadológica como notável fenômeno musical.
De sangue brasileiro, foi o compositor Reginaldo de Carvalho, que em Paris compôs, em 1956, as primeiras obras eletroacústicas do Brasil, que de volta ao seu país, dirigiu, no Rio de Janeiro, o Instituto Villa-Lobos, grande centro de pesquisa e divulgação da música experimental. Foi a partir daí que Jorge Antunes encontrou espaço para desenvolver suas pesquisas em música eletrônica, compondo a “Pequena Peça para Mi Bequadro e Harmônicos”, de 1961 e “Valsa Sideral”, de 62, as primeiras peças brasileiras realizadas com sons eletrônicos.
Para conhecer os diversos estilos da e-music, acesse e ouça:

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