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Poeta,
jornalista , de espírio político e defensor
das idéias marxistas, Adelmo supõe
a
edificação da liberdade humana
com o desenvolvimento do jornalismo.
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Por Anna Karenina Vieira 4085/BA
Vinte e cinco anos
se passaram após a publicação do livro “O segredo da pirâmide – para uma teoria
marxista do jornalismo” de Adelmo Genro Filho, e a obra é considerada ainda
hoje um ícone dentro dos conteúdos teóricos nos cursos de comunicação. Por
possuir um caráter crítico sobre à produção do lead (a primeira parte de uma notícia), a tese
dissertativa de mestrado que resultou em livro, revigora os significados de
mundo na apreensão de um acontecimento – este, dentro de um contexto singular,
particular e universal – no fazer jornalístico.
Para compreender a idéia do autor, é preciso um
entendimento sobre um todo que interliga as partículas de uma realidade. Ao que
se diz universal, compõem-se os fenômenos singulares e particulares. O singular
através da identidade real participa o particular e o universal como fênomenos
integrantes; e “o particular é um ponto intermediário entre os extremos, sendo também uma
realidade dinâmica e efetiva”, explica Adelmo.
O autor constrói a idéia de que o jornalismo é uma
nova forma social de conhecimento que se distingue e complementa a ciência e a
arte na compreensão do mundo humano. “O jornalismo se efetiva não na
universalidade, e sim de modo singular em meio a um processo capitalista”,
salienta. Ou seja, o jornalismo é feito não de uma amplitude genérica que
constitui um fato, mas de detalhes únicos que se destacam num todo.

Ao explicar teorias que vêem os meios de comunicação
como meros reprodutores das ideologias dominantes e capitalistas, a perspectiva
marxista apresenta o jornalismo também como um instrumento que expressa as
contradições que compõem a própria ideologia ao ter de respeitar a hierarquia
objetiva dos acontecimentos.
Severamente, o livro também critica o tecnicismo da
ação jornalística que não transcende para uma reflexão sobre a prática. O modo
de produzir a notícia, segundo Adelmo, não revela a natureza do jornalismo.
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