A ideia Maori me remete a pensar sobre a energia que distribuímos em nossos fazeres, materiais ou imateriais, e oferecemos ou compartilhamos de alguma forma com alguém. Isso me leva ao entendimento de que tudo o que externalizamos retorna para sua origem. É com esse sentimento, que intitulo todo trabalho produzido como Maori. Sejam bem vindos e sintam-se à vontade!
terça-feira, 3 de julho de 2012
OQUADRO lança primeiro disco com show no Teatro Municipal de Ilhéus
OQUADRO lança primeiro disco
com show no Teatro Municipal de Ilhéus
É nesta quarta-feira, 4 de julho, que a banda ilheense
OQUADRO, reconhecida pelos seus trabalhos e intervenções artísticas realiza o show de lançamento do seu primeiro
disco, no Teatro Municipal de Ilhéus, às 20hs.
Produzido e gravado no Studio
Coaxo do Sapo, em Salvador, o primeiro disco da banda OQUADRO é resultado da
contribuição e de um desejo coletivo de grandes artistas na materialização da
música - a começar pelos próprios integrantes da banda, que com três mestres de
cerimônia e um corpo instrumental sólido, mostram no disco que a arte é tocada com
autenticidade. Produzido e mixado por Buguinha Dub, com masterização de Gustavo
Lenza e participações de Guilherme Arantes, da Mc Lurdez Da Luz e o Mc Dimak, o
disco têm 11 faixas disponíveis para download na internet. Os traços na arte de
capa do Cd são por conta dos artistas plásticos Izolag e Ananda Nahu.
Para Guilherme Arantes, “OQUADRO
é um quebra-coco arrasa-quarteirão, está com um trabalho que vai matar a pau!
De minha parte, estou pra lá de contente, vendo esse fenômeno germinar”,
declarou o cantor e compositor no site de seu Studio de gravação, Coaxo do
Sapo. E de fato, hei de concordar. Se para o paulistano o trabalho dos rapazes
sul baianos é motivo de alegria, para nós, que somos conterrâneos, é uma ótima
oportunidade para conhecer mais de perto e compreender os sentidos de Bahia que
integram em nossa cultura, pluralística por natureza. Uma cultura baiana anos
luz a frente dos ritmos que a televisão e rádio costumam viciar a massa, sem
darem abertura, muitas vezes, para outra realidade musical.
A banda é formada pelo baixista Ricardo Santana,
Victor Barreto na bateria, Jax na percussão, Rodrigo Dalua na guitarra e três mestres
de cerimônia, são eles, Jef Rodrigues, Ivanigro Santos e Rans Spectro. Há 15
anos o grupo tem produzido música numa linha autêntica, no passo em que o olhar
libertário quando lançado sobre o mundo e a realidade, resvala em esferas
sociopolíticasculturaisespirituais e, quase sempre, de protesto.
É uma das bandas mais antigas de
hip hop? da Bahia que apresenta no disco elementos do dub,
afrobeat, jazz, samba e rock, tendo fortes marcas do rap na obra. Com
suas raízes na costa do cacau, em Ilhéus, a banda tem sido reconhecida
inclusive por intervenções culturais através de projetos como OQUADRO
Instrumental, Macaco Santo e ações independentes de integrantes em Ilhéus e
Itacaré, expandindo a cultura, comunicando, democratizando, chamando a
comunidade para a arte.
É a partir das experiências de
vida, dentro de determinado contexto de absorção, que eles na forma de se
comunicar pela música manifestam as próprias ânsias e sentimentos refletidos
nas letras, ao mesmo tempo em que os sentidos de identidade cultural se
fortalecem e se transformam. “O importante é nosso olhar sobre nós mesmos. Isso
que é mais importante, a gente sabe da amplitude, do fundamento do núcleo disso
daqui. E essa amplitude está na própria ideia de hip hop. Algumas pessoas se
limitam a idéia de hip hop, isso é uma coisa muito grande, muito universal,
muito infinito”, reflete o filósofo e Mc Jef Rodriguez.
A música d’OQUADRO, parte de uma
visão independente, expressa de modo
natural as leituras de mundo que os próprios compositores fazem pela sua livre
poesia, seja pelo verbo ou pela poesia do arranjos musicais. Os sentidos e significados das
linguagens na música, que só a combinação dos arranjos pode expressar, revelam
o lugar de identidade comum, de onde eles residem através da arte. Esse processo
é constante de inovações, ressignificações e combinações, através do encontro
com o novo, no que ainda está por vir.
“Porque a gente acabou criando um
desprendimento de valores e determinismos pra cultura. Isso é quebrar
preconceitos, o que fundamenta a arte que a gente faz. Isso não nos tira da
realidade de onde a gente vem. O regional, o local, a negritude, a África, a
gente vem nessa conexão de o que a gente olha, de onde a gente vem, do que a
gente está vendo no mundo, que resulta na nossa arte. Nós somos de Ilhéus, mas
somos negros de Ilhéus. Na parabólica, na internet... Não há limite mesmo, acho
que o ser humano grande quando ele quer ser grande, ele tem que ler os grandes,
pensar grande. Mesmo os grandes que não aparecem. É preciso ir nos grandes que
a Globo não mostra. E como negro eu preciso ser referência para os meus”, como
um rasgo Jef fecha o seu discurso desprendido.
Para baixar o disco, faça o download no site:
http://coaxo.com/site/br/download-oquadro/
Veja abaixo dois vídeos que exibem OQUADRO no processo de gravação do seu primeiro disco :
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