segunda-feira, 30 de julho de 2012

Esporte e arte para jovens de Ilhéus


Projetos sociais recebem apoio da Human Network do Brasil (HNB) na promoção de atividades para crianças e adolescentes de Ilhéus
Há mais de doze anos a Human Network do Brasil apóia o projeto Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, através de iniciativas de inclusão social para crianças e adolescentes do município. O projeto realiza atividades de futebol de campo, pintura em tecidos e dança afro, contemplando 260 crianças e adolescentes ao todo, entre 8 e 17 anos de diversos bairros e microrregiões da cidade, como do Malhado, Barra, Teotônio Vilela, Banco do Pedro, Couto, São José, Aritaguá, Sambaituba, São João, dentre outros.
Depois que a diretora e o fundador da Human Network do Brasil, Maria Rosa e Michael Eckes, conheceram o alcance social desse projeto, o mesmo passou a ser apoiado pela HNB, “parceria que possibilitou a continuidade de nossas ações, pois a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus começou sem recursos. Mas depois a HNB apareceu e abraçou nossas crianças”, afirma o coordenador geral e fundador do projeto contemplado, Luiz Silva Lima, conhecido por Seu Luís.
 
Com a sede no Malhado, o projeto promove aulas de futebol de campo na Avenida Litorânea, Barra e no Banco do Pedro. Além das atividades de futebol, Oficinas de Pintura Em Tecidos acontecem no Centro Social Urbano de Ilhéus (CSU), na Barra.  Oficinas de Dança Afro são realizadas na Avenida Esperança, ao lado da Igreja Católica Santa Terezinha, no Malhado.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Bandas Manzuá e OQUADRO presenteiam Itabuna com grande show no Galpão

No dia do aniversário da cidade, 28 de julho, a banda grapiúna Manzuá recebe OQUADRO, de Ilhéus, para show de lançamento do disco no Galpão Music Bar

Por Anna Karenina

É amanhã, sábado, 28 de julho em Itabuna-BA, que o Galpão vai se transformar numa grande efervescência cultural. Duas bandas do Sul da Bahia, Manzuá e OQUADRO, vão se apresentar em alta sonoridade. Coincidências ou não, o fato é que esse show acontece no dia do aniversário de Itabuna, que completa seus 102 anos de emancipação, e recebe show de lançamento do primeiro disco d'OQUADRO. O público que está ligado nas boas ondas de entretenimento, cultura e música, genuinamente regional, será o verdadeiro presenteado. Esta será uma noite de celebração e alto astral. Que bendita seja.

Ingressos estão à venda em Ilhéus, na Terral Surf Wear, e em Itabuna, na Backdoor do Shopping Jequitibá. R$10,00 antecipados e R$15,00 na porta. CDs e camisas das bandas também estarão à venda no dia do show.

As bandas

Há três anos o grupo Manzuá prossegue sua jornada com um corpo formidável  de músicos integrantes. Duas mulheres de frente comandam os vocais e ao toque da banda o show está seguro e feito, no mínimo, com distinção. Pode-se dizer que é uma banda de vanguarda, que no tempo presente vislumbra uma linguagem musical evoluída. Poesia se funde com afoxés, rocks, melodias suaves e intensas, dançantes, entre interações instrumentais com a música eletrônica. Eu digo que é um som desgarrado, e como já disse, um rock iorubá roll.

OQUADRO é uma banda de 15 anos de estrada e lançou recentemente seu primeiro disco em Ilhéus. Apresenta predominância do hip hop e sua música se relaciona com elementos do dub, afrobeat, jazz, samba, rock negro, com fortes marcas do rap na obra. Com suas raízes na Costa do Cacau, em Ilhéus, a banda tem realizado nos ultimos tempos intervenções culturais urbanas, como Macaco Santo, e de música instrumental, em contínua atividade artística. Tem sido reconhecida nacionalmente e hoje desponta como uma banda de referência na Bahia.

Com peculiaridades distintas mas parecidas na vontade da produção artística, as duas bandas, parceiras, se encontram neste sábado para selar um marco nos 102 anos de Itabuna, e, principalmente, para afirmar a cultura genuinamente regional, dizendo assim para quem ainda não conhece os sons: "agora vocês vão ver com quantos acordes se faz boa música!".






terça-feira, 24 de julho de 2012

WareHouse Party: a pista é nossa.*

Itabuna recebe evento que traz a música eletrônica como protagonista ao som de Dee Jays baianos e brasilienses.

Pode entrar que a pista é nossa! O Galpão Music Bar abre suas portas para a primeira edição do WareHouse Party, uma grande festa da música eletrônica, dia 17 de agosto, às 22 horas, Itabuna, Bahia. Nosso querido Dee Jay Reneudes Jácome divide a pista com o ilheense Danley Dantas, dupla que representa lindamente a e-music sul baiana. Eles vêm na conexão com os Dee Jays brasilienses Pedro Alves, vindo de deep house na fita, e Caio Carvalho. Esta é uma iniciativa da SNK Produções que traz para Itabuna a primeira edição da festa com 4 Djs, embalados no que há de melhor nos maiores Clubes de música eletrônica. O público vai prestigiar um grande evento que traz um novo conceito de produção e festa de música eletrônica, estilo que conquista cada vez mais apreciadores no Sul da Bahia.

Os Dee Jays baianos Reneudes Jácome e Danley Dantas têm atuação em Ilhéus, se atualizam na profissão estudando as novas tendências da música eletrônica, investem na aquisição de equipamentos modernos e freqüentemente vêm com participações em festas e eventos em cidades da Bahia. Perpassando por toda a linha do house, o ilheense Reneudes Jácome, com predomínio do tech house, traz em seu som influências do nu disco, soul, nu jazz, techno ao minimal. Já Danley Dantas, em sua música, traz estilo característico do tech house, com influências do dub, rock’n’roll, afrobeats, house, techno e dub, ao mesmo tempo que apresenta influência de reverberes jamaicanos e dos afrobeats das percussões. De fato, é uma dupla de artistas que representa muito bem o gênero no Sul da Bahia e bota pra incendiar nas linhas de frente do som.

No evento também vamos curtir o som dos Djs de Brasília, Pedro Alves e Caio Carvalho, organizadores e produtores de grandes festas de música eletrônica em Brasília, a exemplo disso a Move 2 Groove, um dos eventos mais comentados na capital. Eles têm dezenas de sets de músicas eletrônicas lançadas no maior site de vendas  e-music por Top Djs de diversos países, o site Beatport.

Música, elegância e bom gosto unidos numa única pista, como Itabuna nunca viu antes. Chame os amigos e chegue cedo, pois o evento vai ser bom do início ao fim. E ah! Prepare as panturrilhas, a pista vai bombar!

Acesse:
Caio Carvalho (Cat In The Closet - Salvador) http://soundcloud.com/caiocarvalholive
Pedro Alves (Move 2 Groove - Brasília) http://soundcloud.com/pedro-alves-stonesounds
Reneudes Jácome (Ilhéus) http://soundcloud.com/reneudesjacome
Danley Ipkiss (Ilhéus) http://soundcloud.com/danleydj
Informações: 73 8802 7912

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Inscrições ABERTAS na Human Network do Brasil: Cursos Profissionalizantes e Oficinas!

Por Anna Karenina 4085.BA

Abertas as inscrições para cursos profissionalizantes e oficinas na Human Network do Brasil (HNB), em Ilhéus-BA. São mais de cem vagas ao todo, sendo 15 vagas para cada curso. Entre julho e setembro de 2012, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), a HNB vai promover cursos de manicure e pedicure, oficinas na área de culinária - com especialidades em lanches comerciais, salgados para coquetéis, preparo de tortas e doces finos – e na área da costura – com confecção de malha e roupas íntimas.

Para a inscrição é necessário possuir idade igual ou superior a 18 anos, com escolaridade de no mínimo do ensino fundamental incompleto. No ato da inscrição é necessário apresentar xérox do CPF, apresentar RG, comprovante de residência, atestado de escolaridade ou histórico escolar, e pagar a taxa única correspondente ao curso escolhido.

As inscrições devem ser feitas antecipadamente, na sede da HNB, na Rua Antônio Lavigne de Lemos, nº 92, Centro, onde os cursos também serão ministrados. Confira abaixo demais informações sobre datas, taxas, vagas e turnos.


Mais Informações pelo telefone (73) 3231-3123 Acesse o site: http://www.hnb.org.br/cursos.html


CURSOS PROFISSIONALIZANTES

Manicure e Pedicure
De 23 de julho (23/07) a 15 de setembro (15/09), interessados no curso profissionalizante de Manicure e Pedicure, se inscrevem com taxa única de R$39,00 (trinta e nove reais). 15 vagas, período Matutino, das 8hs às 12hs, ou Vespertino, das 14hs às 18hs.

OFICINAS DE CULINÁRIA

Lanches Comerciais
As oficinas de Lanches Comerciais acontecerão de 23 de julho (23/07) a 30 de julho (30/07). Interessados se inscrevem com taxa única de R$26,00 (vinte e seis reais). 15 vagas, período Vespertino, das 14hs às 18 hs.

Salgados para Coquetéis
Já as Oficinas de Salgados para Coquetéis vão acontecer de 1º de agosto (01/08) a 8 de agosto (08/08). Interessados se inscrevem com taxa única de R$26,00 (vinte e seis reais). 15 vagas, período Vespertino, das 14hs às 18 hs.

Preparo de Tortas
Para o Preparo de Tortas, as oficinas acontecem de 13 de agosto (13/08) a 20 de agosto (20/08). Interessados se inscrevem com taxa única de R$26,00 (vinte e seis reais). 15 vagas, período Vespertino, das 14hs às 18 hs.

Doces Finos
Quem quiser aprender a fazer Doces Finos, as oficinas ocorrem de 21 de agosto (21/08) a 28 de agosto (28/08). Interessados se inscrevem com taxa única de R$26,00 (vinte e seis reais). 15 vagas, período Vespertino, das 14hs às 18 hs.

OFICINAS DE COSTURA

Confecção em Malha
Para Confecção e Malha, as oficinas acontecem de 6 de agosto (06/08) a 23 de agosto (23/08). Interessados se inscrevem com taxa única de R$32,50 (trinta e dois reais e cinquenta centavos). 15 vagas, período Matutino, das 8hs às 12hs, ou Vespertino, das 14hs às 18hs.

Confecção de Roupas Íntimas
Para aprender a fazer Confecção de Roupas Íntimas, as oficinas vão acontecer de 1º de agosto a 5 de setembro (05/07).  Interessados se inscrevem com taxa única de R$32,50 (trinta e dois reais e cinquenta centavos). 15 vagas, período Matutino, das 8hs às 12hs, ou Vespertino, das 14hs às 18hs.



terça-feira, 10 de julho de 2012

Grupo Negra Raiz de Capoeira realiza encontro e batizado de Capoeira em Ilhéus neste final de semana

Por Anna Karenina . 4085/BA
É neste final de semana, próximo sábado e domingo, 14 e 15 de julho, que a Associação Cultural de Capoeira Negra Raiz realiza e convida a comunidade para o seu 8º Batizado e Encontro, o Ginga Ilhéus, no bairro Hernani Sá, Ilhéus-BA. Na sede do grupo, situada no Colégio Caic, mini cursos, oficinas, palestras e rodas acontecerão visando fomentar a cultura popular, as tradições e a hierarquia da capoeira. Estima-se um total de 300 alunos participantes, entre crianças, jovens e adultos. Nesta solenidade grandes mestres, contra mestres, professores e alunos de capoeira da Bahia estarão presentes. O evento vai abranger um público de diversos municípios como Ilhéus, Itabuna, Una, Canavieiras, Santo Antônio de Jesus, Cruz das Almas, Vitória da Conquista, Brumado, Valença, Boipeba, Cairu, dentre outros.
Na sede do Grupo atualmente têm 35 alunos cadastrados, e o Grupo Negra Raiz em todo seu corpo soma um total de 250 capoeiristas. Hoje o Negra Raiz possui 4 graduados, 6 Estagiários, 8 instrutores e 3 alunos formados. Sempre trabalhando com elementos folclóricos da capoeira, o Negra Raiz apresenta a arte visando o crescimento e a difusão da capoeira através de manifestações culturais, como o Samba de Roda, Maculelê, a Puxada-de-Rede e o instrumental, além dos fundamentos e rituais próprios da cultura, para que a credibilidade e o reconhecimento disso se afirmem para os diversos segmentos da sociedade.
De acordo com o professor, fundador e presidente do grupo, Rafael Gomes, “é fundamental promover eventos como esse, em que a cultura baiana pode ser compreendida pelo público e principalmente absorvida e empreendida pelos praticantes. Sem dúvidas, a capoeira é um grande instrumento de transformação social, em que crianças e jovens sujeitos à vulnerabilidade social podem ser resgatados por essa arte e receber um rico legado de valores e formação humana”. Com o projeto Ginga na Escola, através do grupo Negra Raiz, o professor também atua com núcleos em Sambaituba, Urucutuca, Jardim Savóia, assim como em outros municípios, como Itapitanga, Coaraci, Itamontina, Cafundó, estando o projeto presente em outros estados, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
A linhagem do grupo Negra Raiz, surge por meio do representante e mestre Zé Pequeno, de Santo Antônio de Jesus, através do grupo por ele fundado em 1992, a Associação de Capoeira Axé Bahia. O Axé Bahia está presente em 22 municípios, 4 estados e 3 países. Sua raiz provém do Mestre Bimba, Mestre Aristides e Mestre Gabriel até chegar ao Mestre Zé Pequeno, que de sua terra natal, trouxe o grupo para Ilhéus em 2002. O professor Rafael Gomes, aluno do Axé Bahia, fundou em 5 de março de 2004 o Grupo Negra Raiz, dando continuidade à linhagem.

Jovens Multiplicadores de Cultura

Recentemente aluno do grupo Negra Raiz, o jovem Allison, foi contemplado no programa “Jovens Multiplicadores”, do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, para lecionar aulas de capoeira na Escola Santa Ângela, em Ilhéus. Essa é mais uma promoção de cidadania do grupo Negra Raiz com vistoria do Instituto Sul Baiano de Arte-Educação de Ilhéus (IBARTE), que através da capoeira vêm promovendo ações em prol da cultura e inclusão social na cidade. 
Acesse: http://www.negraraizcapoeira.blogspot.com.br/

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Seres do planeta OQUADRO, de visionários?

Por Anna Karenina - 4085.BA
Pra quem teve a oportunidade de baixar o Cd e ouvir as músicas calmamente, absorvendo e interpretando cada verso e arranjo, pôde adentrar no universo simbólico de linguagens que constituem essa notável produção. E é notável porque é autêntico, tem personalidade, raízes e como uma das letras explica, “minhas raízes não me prendem, me dão sustentáculo”.
Podemos dizer que se trata de uma produção legitimamente nordestina, com sua identidade afirmada na cultura dos instrumentos aí tocados, da sutileza de dedilhados, da ferocidade das letras rasgantes e escarlates, e sim, necessárias. Um sacolejo na alma para a reflexão, sabendo-se das visões aí lançadas e refletidas. Podemos dizer que se trata de um suingue dançante,  negro e embalante, visionário, apocalíptico e de fé.
De crítica social, as faixas do disco lançam-se contra o esvaziamento do olhar homogeneizado, despontam no chamamento para uma abertura de pensamento, de idéias e valores de comportamentos humanos na atual “hipermodernidade”?, e, principalmente, configuram sátiras e humores da hipocrisia existente nas atuais estratificações sistêmicas, ao mesmo tempo que se comunicam com elas.
Nessa aldeia global, onde as fronteiras do local, regional e do mundial se rompem, a obra ao mesmo tempo que imersa no universo, apresenta suas expressões culturais fundamentais- com destaque para a religiosidade afro– não só na sonoridade dos instrumentos, mas na pegada do rap e seu conteúdo, do sotaque das expressões vocais, marcando uma produção muito unida com a linguagem territorial do nordeste.
Ou seja, carregada numa compilação construída de lugares, idéias, pensamentos e valores, o disco d’OQUADRO vela sua autenticidade, comprovada e ancorada por sua identidade - ainda que plural, porque abriga pessoas diferentes, na vocação de produzir artes diferentes, mas que reunidas, emerge da unidade de ser OQUADRO – um quadro que se desprende da parede sobrevoando universos. E é nesse sentido que a obra se torna interessante, um passeio social e visionário de artistas negros saídos do Sul da Bahia, para o mundo, com a poesia instrumental e do poder da palavra, olhando de dentro para fora e de fora pra dentro, o exterior e o interior em tempo real, cristalizando os insights, os instantes, em arte, reunida na imersão multicultural do mundo moderno, resvalando em sentidos, símbolos e visões, muitas vezes ancestrais.
Letras e flechas
Algumas idéias contidas nas letras do disco, em seus versos, discorrem, por exemplo, uma crítica ao sistema, sobre a americanização da cultura e dos hábitos de consumo do brasileiro, como podemos perceber em “Balançuquadro” na voz do Mc Rans Spectro, revelando a necessidade de um desprendimento de certos conceitos para a aspiração de uma outra realidade. Aliás, a concepção de desprendimento acompanha praticamente toda a obra.
Em “Evolui”, novamente um discurso de crítica à alienação sistêmica se forma no rap de Nêgo Frezz: “(...) máquinas, fantasmas, produzindo ilusões, que aparentam ser nítidas impressões, que levam a crer: mundo resumido, indivíduo cortando controles, possuindo controles, atores mágicos, ilusionistas, e o caos prossegue a mística, apocalipse, lei do retorno”. Em seguida, destaque para os versos do Mc Jef: “eis a evolução como consequência da auto revolução, fé em Deus, dê a mão e siga em frente correntes se quebrarão e portas se abrirão, naturalmente. Orgulho é merda, dinheiro é merda”.
Todo o conjunto pode ser visto como um chamado para o despertar do sono profundo, como podemos exemplificar em “Tropeços e Percalços”, que em sua introdução grita: “Acooooorda humanidade”. É um chamado de avante, um apelo, uma aclamação inquietadora, ao mesmo tempo um desabafo inevitável, “senhoras e senhores telespectadores, escravos do novo mundo, do universo ao fundo, de um abismo profundo. Minha mente como escudo, longe daqui, distante disso tudo, hipocrisia se alastra, guerra aqui, guerra na África, controle de população por códigos de barra”, e por aí vai.
Em letras como “Valor de X²”, vemos as aspirações do ser humano ligadas à necessidade do dinheiro associada a uma noção de felicidade, mas que no desenrolar da letra retrata um pensamento mais racional que não se vê tão agarrado com a materialidade do dinheiro para a realização da vida.
Sem dúvidas, o álbum reflete uma caminhada de mais de 15 anos da banda OQUADRO e representa a concretização de algo que nasceu da necessidade da expressão artística. Cada música carrega seu traço especial, sua singularidade. Destaco as músicas instrumentais, “Sapoca Uma de Cem” e “O Soco”, de compilações muito boas.
Deixo “Fogos de Artifícios para o Precipício à Vista”, na voz de Ricardo Barreto, para comentar por último, pois melodicamente foi a música que mais me cativou, no tratamento dos versos e de sua sonoridade. Entendo a mensagem como uma oração de desmanche para as cores que destoam no caminho da vida, a idéia de “não abandone o barco” me remete a pensar sobre a não desistência do percurso.
A leitura que faço do disco d’OQUADRO resulta da ótica lançada de quem por dentro dele (d’OQUADRO) enxerga e vive inúmeras realidades, esfacelando suas arestas, mas que por suas linhas imaginárias apreende sua comunicação e a transmite. E esse disco é uma grande transmissão, uma grande comunicação.

terça-feira, 3 de julho de 2012

OQUADRO lança primeiro disco com show no Teatro Municipal de Ilhéus


OQUADRO lança primeiro disco com show no Teatro Municipal de Ilhéus

É nesta quarta-feira, 4 de julho, que a banda ilheense OQUADRO, reconhecida pelos seus trabalhos e intervenções artísticas realiza o show de lançamento do seu primeiro disco, no Teatro Municipal de Ilhéus, às 20hs.


Produzido e gravado no Studio Coaxo do Sapo, em Salvador, o primeiro disco da banda OQUADRO é resultado da contribuição e de um desejo coletivo de grandes artistas na materialização da música - a começar pelos próprios integrantes da banda, que com três mestres de cerimônia e um corpo instrumental sólido, mostram no disco que a arte é tocada com autenticidade. Produzido e mixado por Buguinha Dub, com masterização de Gustavo Lenza e participações de Guilherme Arantes, da Mc Lurdez Da Luz e o Mc Dimak, o disco têm 11 faixas disponíveis para download na internet. Os traços na arte de capa do Cd são por conta dos artistas plásticos Izolag e Ananda Nahu.
Para Guilherme Arantes, “OQUADRO é um quebra-coco arrasa-quarteirão, está com um trabalho que vai matar a pau! De minha parte, estou pra lá de contente, vendo esse fenômeno germinar”, declarou o cantor e compositor no site de seu Studio de gravação, Coaxo do Sapo. E de fato, hei de concordar. Se para o paulistano o trabalho dos rapazes sul baianos é motivo de alegria, para nós, que somos conterrâneos, é uma ótima oportunidade para conhecer mais de perto e compreender os sentidos de Bahia que integram em nossa cultura, pluralística por natureza. Uma cultura baiana anos luz a frente dos ritmos que a televisão e rádio costumam viciar a massa, sem darem abertura, muitas vezes, para outra realidade musical.
A banda é formada pelo baixista Ricardo Santana, Victor Barreto na bateria, Jax na percussão, Rodrigo Dalua na guitarra e três mestres de cerimônia, são eles, Jef Rodrigues, Ivanigro Santos e Rans Spectro. Há 15 anos o grupo tem produzido música numa linha autêntica, no passo em que o olhar libertário quando lançado sobre o mundo e a realidade, resvala em esferas sociopolíticasculturaisespirituais e, quase sempre, de protesto.
É uma das bandas mais antigas de hip hop? da Bahia que apresenta no disco elementos do dub, afrobeat, jazz, samba e rock, tendo fortes marcas do rap na obra. Com suas raízes na costa do cacau, em Ilhéus, a banda tem sido reconhecida inclusive por intervenções culturais através de projetos como OQUADRO Instrumental, Macaco Santo e ações independentes de integrantes em Ilhéus e Itacaré, expandindo a cultura, comunicando, democratizando, chamando a comunidade para a arte.
É a partir das experiências de vida, dentro de determinado contexto de absorção, que eles na forma de se comunicar pela música manifestam as próprias ânsias e sentimentos refletidos nas letras, ao mesmo tempo em que os sentidos de identidade cultural se fortalecem e se transformam. “O importante é nosso olhar sobre nós mesmos. Isso que é mais importante, a gente sabe da amplitude, do fundamento do núcleo disso daqui. E essa amplitude está na própria ideia de hip hop. Algumas pessoas se limitam a idéia de hip hop, isso é uma coisa muito grande, muito universal, muito infinito”, reflete o filósofo e Mc Jef Rodriguez.
A música d’OQUADRO, parte de uma visão independente,  expressa de modo natural as leituras de mundo que os próprios compositores fazem pela sua livre poesia, seja pelo verbo ou pela poesia do arranjos musicais. Os sentidos e significados das linguagens na música, que só a combinação dos arranjos pode expressar, revelam o lugar de identidade comum, de onde eles residem através da arte. Esse processo é constante de inovações, ressignificações e combinações, através do encontro com o novo, no que ainda está por vir.
“Porque a gente acabou criando um desprendimento de valores e determinismos pra cultura. Isso é quebrar preconceitos, o que fundamenta a arte que a gente faz. Isso não nos tira da realidade de onde a gente vem. O regional, o local, a negritude, a África, a gente vem nessa conexão de o que a gente olha, de onde a gente vem, do que a gente está vendo no mundo, que resulta na nossa arte. Nós somos de Ilhéus, mas somos negros de Ilhéus. Na parabólica, na internet... Não há limite mesmo, acho que o ser humano grande quando ele quer ser grande, ele tem que ler os grandes, pensar grande. Mesmo os grandes que não aparecem. É preciso ir nos grandes que a Globo não mostra. E como negro eu preciso ser referência para os meus”, como um rasgo Jef fecha o seu discurso desprendido.

Para baixar o disco, faça o download no site:

http://coaxo.com/site/br/download-oquadro/

Veja abaixo dois vídeos que exibem OQUADRO no processo de gravação do seu primeiro disco :


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Expressão de Cidadania APAE: Uma cultura de Inclusão pelo Esporte na VIII Olimpíada

Em 19.06.2012

A VIII Olimpíada das APAES da Bahia, sediadaem Ilhéus nesta ultima semana, foi exemplo de cidadania pela cultura de inclusão ao esporte, através da participação de mais de 300 apaeanos de 16 cidades baianas em várias modalidades.

Por Anna Karenina Vieira - 4085.BA
annakvieira@yahoo.com.br

 

“Queremos uma igualdade que não reconheça as diferenças, e uma diferença que não produza desigualdades. A diferença pede respeito, tolerância e muito amor. Anormal é quem não percebeu o significado da palavra amar. A diferença pede licença e pede caminho. Abra, e você verá aonde ela é capaz de chegar”, essa fala marcou um dos discursos de abertura da VIII Olimpíada das APAES da Bahia, de 14 a 17 de junho. A fanfarra dos Guerreiros da Bahia, do Colégio Paulo Américo, alargou caminho na Avenida Soares Lopes, em alto e bom som, da Praça Castro Alves ao Ginásio, abriu-se oficialmente o evento, para passarem os verdadeiros protagonistas, os apaenos. O Ginásio de Esportes Herval Soledade, em Ilhéus, 14, estava repleto de jovens, adultos, atletas, professores, agentes sociais, profissionais, representações da Polícia Militar, capoeiristas, todos juntos em prol desta realização da APAE de Ilhéus juntamente com a Federação Estadual das APAES e contou com apoio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia – Sudesb.
“Estou muito feliz de estar aqui hoje, é muito bom participar desse evento”, garantiu o jovem Gilvanio Alves de Castro, da delegação de Guanambi. De acordo com o presidente da Federação das APAES da Bahia, Derval Freire, a maior importância do evento é a integração do pessoal motivada pela relação de confiança com os alunos, e acrescenta, “amor é a palavra que pode traduzir tudo o que eles fazem. É isso o que dá energia a essas crianças, amor a si próprio e ao outro, é o que podemos entender disso”. O Coordenador Técnico da APAE de Salvador, Silvio Santos, explica, “nós acreditamos na possibilidade de oferecer aos alunos com deficiência intelectual momentos de superação, de conquistas, prazer, envolvimento e de aconchego”.
A cantora Chica de Cidra cantou brilhantemente o Hino Nacional junto com o músico tecladista Dante Valadares, no tempo em que algumas falas trouxerem a tônica desse importante acontecimento social, tendo como mestre de cerimônia, Dr. Josevandro Nascimento. Para a Presidente da APAE de Ilhéus e organizadora, Socorro Pastor, “essa conquista mostra que ainda existe respeito pelo ser humano, respeito à diversidade e a diferença, apesar de que ainda existem muitas pessoas que não têm a sensibilidade necessária para respeitar o outro. Na VIII Olimpíada das APAES vivenciamos juntos, verdadeiros momentos de superação de limites, capacidade e garra”.
De acordo com o Coordenador de Educação Física de Esporte e Lazer da APAE de Vitória da Conquista, atuante há 12 anos, Paulo Gonçalves, “em nenhum outro lugar eu iria encontrar essa representação dos seres humanos, do amor e da conciliação, sobretudo, do modo em que podem exercer suas funções vitais da melhor maneira possível, sem discriminação, sem barreiras arquitetônicas e sem principalmente a desconfiança dos outros. Esse milênio é o milênio da mudança, de respeito à habilidade e principalmente da diversidade humana. Pela oitava vez na Bahia a Olimpíada da APAE celebra a união”.
O Ilmo. Sr. Major Riccio da Polícia Militar, do comando regional do Sul da Bahia, que estava presente na abertura, elogiou a realização e destacou o esporte como uma forte ação social na juventude no combate às drogas, colocando-se à disposição da APAE para colaborar no que preciso.

Mediado pela cultura, arte e cidadania do evento, apresentação musical se seguiu com o cantor Ilheense Kekeya, que com a música "Gente", de Jauperi, a letra chamou atenção: "Eu não gosto de gente que gosta um pouquinho, Eu nãogosto de gente fingida, Eu nãogosto de gente que não olha no olho, Gente que reclama da vida, Gente que aperta a mão assim sem apertar, Gente que foge e não encara o olhar, Gente que tem medo, gente que enfraquece, Gente que maltrata, gente que aborrece, Gente que não sabe ser gente, Ô, gente! A gente precisa ser gente, Oxente, a gente precisa de gente, Que abrace, que sorria, Dê a mão, dê alegria, Que abrace, que sorria, Dê a mão, dê alegria, E amor todo dia".

Apresentações de dança dos apaeanos de Ilhéus, com a professora e educadora física, Vitória Penalva, cativaram a todos com alegria e carisma. Em seguida, o grupo de Capoeira Negra Raiz se apresentou em roda com ladainhas, berimbaus, pandeiro, atabaque e axé, onde integrantes de outras cidades também entraram na roda e jogaram capoeira. Para o professor do grupo Negra Raiz, Rafael Gomes, “é muito importante iniciativas assim. Ver as necessidades e o sentimento de superação de cada criança dessa, nos transmite um ensinamento muito grande. Perceber a capoeira como um desses instrumentos sociais, mostra que ela é para todos e pode chegar muito além do que imaginamos, sendo a capoeira uma constante experiência de transformação na vida de muitos jovens”.
Verdadeiramente, a VIII Olimpíada das APAES, trouxe um sentimento muito bom de comunhão e cooperativismo social. O evento contou com o apoio e braços dados de muitas representações da sociedade ilheense, mobilizadas para esse acontecimento de grande relevância. Entre as modalidades esportivas, foram realizadas provas de atletismo, capoeira, futebol, judô, handebol, natação e futsal.  De promoção à cidadania e inclusão, a Olimpíada tem por objetivo a participação, integração e desenvolvimento esportivo dos alunos. No evento, 16 delegações das APAES de municípios baianos estiveram presentes, como Camaçari, Canavieiras, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Salvador, Santa Maria da Vitória, São Francisco do Conde, Valente e Vitória da Conquista.
Até o final desta semana sai a relação dos apaeanos selecionados para a XX Olimpíada Nacional das APAES, que será em Maringá-PR, em novembro.